A lógica da liberdade: Reflexões e réplicas

Michael Polanyi, um químico nascido em uma família de ilustres cientistas na Hungria em 1891, vivenciou em primeira mão os horrores do totalitarismo e das duas guerras mundiais. Servindo como médico do exército austro-húngaro na Primeira Guerra Mundial, essa experiência influenciou sua contestação a qualquer modelo social centralizado e planificado de maneira supostamente científica.

Nos anos 30, quando a Europa enfrentava as ameaças do futuro, e nos anos 40, quando os europeus olhavam melancolicamente para o passado, o interesse de Polanyi pela vida política e suas reflexões sobre a liberdade se intensificaram. Os ensaios reunidos em "A lógica da liberdade" (1951) representam seus esforços renovados para esclarecer a posição da liberdade diante das questões levantadas por esse período conturbado da história.

Polanyi contestava a visão instrumentalista e pragmática da ciência, argumentando que ela ameaçava a liberdade pública e perdia de vista os mistérios da existência. Essa relação entre ciência e liberdade, entre ideologia e pesquisa, é o ponto central dessa obra e da correspondência que Polanyi manteve com importantes economistas e intelectuais de sua época, como F. A. Hayek, John Maynard Keynes e T. S. Eliot.